A reflexão sobre o momento em que estamos vivendo, no que se refere às políticas educacionais, relacionadas à Educação Inclusiva, é, no mínimo, uma reflexão interessante para a organização e o desenvolvimento do trabalho de quem faz parte do universo educacional.
Nas escolas, essa reflexão é necessária, não só para a gestão e o corpo docente, mas também para os alunos e seus responsáveis, assim como para os funcionários que dela fazem parte.
Estamos sendo provocados, diariamente, a pensar sobre o porquê do assunto “INCLUSÃO” vir à tona, com a necessidade dos mais diversos esclarecimentos em termos gerais, refletindo diretamente no universo educacional. Estamos sendo provocados a olhar mais atentamente para as necessidades e peculiaridades individuais das crianças e dos adolescentes, como pessoas que são e dotados de potenciais diferentes. Estamos sendo provocados a buscar o entendimento de situações de inclusão, de forma mais aprofundada, com o consequente abraço às adaptações necessárias para o atendimento do objetivo da Educação Inclusiva. E qual é este objetivo?
A Educação Inclusiva traz a proposta de igualdade de possibilidades de escolarização: este é o seu objetivo.
Nesse sentido, a escola inclusiva propõe-se a garantir a qualidade do ensino a cada um de seus alunos, individualmente, reconhecendo as diversidades e respeitando o potencial de cada um. Ou seja, nessa proposta, todos os alunos devem ter a oportunidade de estudar em um único ambiente escolar, sem mais a existência de escolas totalmente especiais para crianças que tenham necessidades diferentes, onde são atendidas longe da convivência regular.
Numa escola inclusiva, o ambiente escolar é adaptado para receber todas as crianças e os adolescentes, cada qual com suas características, sem prejuízo de nenhuma das partes.
Não é uma tarefa fácil, contudo, o pensamento maior é simples: as particularidades de cada criança e adolescente são consideradas como diversidade e não como problema. Portanto, o convívio entre os alunos que possuem algumas das deficiências apontadas em lei, as quais os definem como deficientes, e aqueles que não as têm, resulta numa troca de experiências e, principalmente, de gestos humanitários engrandecedores.
E mais, o propósito da educação inclusiva é o aprendizado que transcende ao conteúdo básico de um currículo de matérias escolares, pois é o aprendizado das mais diversas questões de relacionamento entre colegas e professores; é o aprendizado do entendimento da moral e, principalmente, da formação de valores. Todos esses aprendizados, diga-se de passagem, formadores da base da personalidade do ser humano, em construção, e estruturados para uma vida toda. É o aprendizado de que as diferenças são o que justamente humanizam o ser humano.
Tendo em vista a política implementada pelo Ministério da Educação, que inclui programas de implantação de salas de recursos multifuncionais, de adequação de prédios escolares para a acessibilidade, de formação continuada de professores da educação especial, entre outros, é que vale ressaltar que, a partir de então, houve um crescimento significativo nas matrículas da educação especial nas classes comuns do ensino regular.
Portanto, para que tudo se encaixe, da gestão escolar deve vir a elaboração dos projetos políticos pedagógicos e dos planos de ação que englobem todos os envolvidos, e que, nas intersecções do projeto, o objetivo seja comum.
A dica é de que a escola elabore um “mapa de inclusão” aplicado à sua realidade, constando o máximo de informações possível, além do Plano Educacional Individualizado – PEI.
Para isso, faz-se necessário saber as estatísticas que englobam a inclusão dentro do ambiente escolar, extrair os elementos objetivos para que os argumentos, contra, possam ser rebatidos ou para que as adaptações possam ser realizadas de forma efetiva, e desta maneira, tendo a certeza de um resultado que só se tem a ganhar.
“A verdadeira educação é aquela que vai ao encontro da criança para realizar a sua libertação. Maria Montessori.”
GIANNA CALDERARI
Advogada formada pela Faculdade de Direito de Curitiba, inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil;
Especialista em Contratos Empresariais pela UFPR;
Membro da Comissão de Direito Empresarial da OAB/PR;
Palestrante sobre Regras e Segurança na rede para crianças e adolescentes;
Advogada do Programa Escola Segura.